Descoberta em 1958, a Monkeypox (Varíola dos Macacos) recebeu esse nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores, e os humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.
A varíola causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês) provoca uma doença mais branda do que a varíola smallpox, que foi erradicada na década de 1980.
A OMS já alertou que esta não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.
O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/Aids, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.
Transmissão
Trata-se de uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, relações sexuais ou secreções respiratórias.
O contato com superfícies ou objetos contaminados (roupas, roupas de cama ou toalhas) também pode ser fonte de transmissão, uma vez que o vírus entra no organismo através da pele, trato respiratório ou as membranas mucosas (dos olhos, nariz ou boca).
O tempo de incubação do vírus é prolongado (podendo chegar a 21 dias) e o Monkeypox sobrevive por até 90 horas em superfícies, o que torna a sua transmissão facilitada.
Sinais e Sintomas
As manifestações clínicas geralmente se desenvolvem no intervalo de 5 a 21 dias após a infecção.
Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e depois se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés.
Antes do surto, a doença era considerada endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.
Tratamento
Atualmente, não há tratamento comprovado e seguro para a infecção pelo vírus Monkeypox, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. A doença é geralmente leve e a maioria dos infectados se recupera dentro de algumas semanas.
Prevenção
A medida de prevenção da Varíola dos Macacos está ligada à conscientização e educação da população sobre os fatores de risco e redução da exposição ao vírus. A diminuição do risco de transmissão entre humanos está ligada a vigilância e a identificação rápida de novos casos para contenção do surto, como ocorrido nos EUA.
Esta contenção inclui extensos testes laboratoriais, implantação de vacina e tratamentos, desenvolvimento de orientações para pacientes, profissionais de saúde, veterinários e outros tratadores de animais, rastreamento de animais potencialmente infectados e investigação dos possíveis casos humanos.
Cenário Atual
A varíola dos macacos foi declarada emergência de saúde pública de interesse internacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 23 de julho de 2022.
O Brasil registrou no final de julho/2022 quase 1.000 casos da doença, 76% no estado de São Paulo.
O Ministério da Saúde divulgou no dia 01/08/2022 que o Brasil vai receber o antiviral Tecovirimat, utilizado para o tratamento de casos de monkeypox, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
Por: Vittal Diagnósticos e Vacinas - Dra. Lilian Lourençoni