Foi lançada no Brasil neste mês de junho/2022 a nova vacina contra a Herpes Zoster.
A Herpes Zosters é uma doença causada pelo vírus varicella-zoster, o mesmo causador da varicela (ou catapora), que tende a atingir com mais frequência pessoas acima de 50 anos ou pacientes imunocomprometidos.
O novo imunizante (Shingrix) recebeu a aprovação regulatória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto de 2021 para a prevenção da Herpes Zoster em dois grupos:
- adultos com 50 anos ou mais
- adultos com 18 anos ou mais que possuem risco aumentado de contrair a doença como pacientes em tratamento de câncer, pessoas que vivem com HIV, indivíduos que vão se submeter a transplantes de medula óssea ou órgãos, lúpus, esclerose múltipla, entre outros.
A Shingrix tem mais de 90% de eficácia em pessoas a partir de 50 anos, idade em que o vírus começa a atacar com mais frequência. Na faixa etária de 50 a 69 anos de idade, a eficácia chega a 97%.
É a primeira vacina recombinante contra o varicela-zoster que pode ser usada em indivíduos imunocomprometidos, pois ela não é produzida a partir de vírus vivo.
A nova vacina também protege contra uma complicação grave do herpes zoster, a neuralgia pós-herpética, doença que provoca vesículas (bolhas na pele) que causam muita dor.
Além do Brasil, a Shingrix já está licenciada para uso na União Europeia e em diversos países como EUA, Canadá, Japão, China, Nova Zelândia, Cingapura e Austrália.
Por enquanto, nenhuma das vacinas contra a Herpes Zoster encontram-se disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), somente em clínicas particulares de vacinação.
Deve ser administrada em duas doses, com intervalo de dois meses entre as aplicações.
Entenda a Doença
Além de incômodo, dor e lesões na pele, a Herpes Zoster, também chamada de cobreiro, pode causar graves sequelas. Se não tratada de forma rápida, a doença pode desencadear complicações sérias, afetar terminações nervosas nos olhos, no ouvido, na face, causando paralisia, perda auditiva e visual.
No Brasil, o tema se torna ainda mais relevante, dado o aumento de 35,4% nos casos notificados da doença, observado durante a pandemia da covid-19.
A pessoa que teve catapora ou varicela, em geral na infância, permanece com o vírus varicela-zoster como se tivesse "adormecido" em uma terminação nervosa. Em algum momento, em geral nos idosos, o vírus se manifesta. E quando isso acontece, ele costuma comprometer terminações nervosas.
Sintomas
O quadro clínico é quase sempre típico. Na maior parte dos casos antecedem as lesões cutâneas (na pele) os seguintes sintomas:
- Dores nevrálgicas (nos nervos)
- Parestesias (formigamento, agulhadas, adormecimento e pressão)
- Ardor e coceira locais
- Febre
- Dor de cabeça
- Mal-estar
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é facilmente realizado porque as lesões acometem a terminação nervosa. Começa com sensação de formigamento, coceira e depois evolui para lesões. Várias lesões de pele chamadas de vesículas (pequenas bolhas na pele) vão se rompendo e cicatrizando.
Outras complicações são a neuralgia pós-herpética, quadro de muita dor que se prolonga por muitos anos. Se atinge nervo facial, pode também provocar lesões na visão.
Tratamento
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhor é a resposta ao tratamento, em geral com o uso de antivirais.
Quais são as medidas de prevenção?
Vacinação: é feita a vacinação na criança contra a catapora com 1 ano e 3 meses e depois com 4 anos. Adolescentes e adultos suscetíveis que não tiveram catapora também deveriam receber a vacina. Ela protege contra a catapora - sem catapora, não tem manifestação tardia da doença.
Lavar as mãos após tocar nas lesões.
Isolamento: crianças com varicela não complicada só devem retornar à escola após todas as lesões terem evoluído para crostas. Crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da erupção vesicular.
Por: Dra. Lilian Lourençoni
Fonte: Agência Brasil/Estadão Conteúdo/SBIM